terça-feira, 30 de setembro de 2008

V GINCANA ESTUDANTIL

A escola municipal Henrique Francisco Ramos estará realizando nos dias 10 e 11 de outubro a V Gincana estudantil. O evento que acontecerá nas dependências da escola, localizada na rua Duque de Caxias, terá como principal objetivo integrar professores, funcionários e alunos numa competição esportiva-cultural.
Haverá apresentações de danças, teatros, desfile, entre outras atividades surpresas, tudo para tornar o ato de aprender mais prazeroso.
Funcionários e alunos da escola foram dividos em duas equipes - branca e laranjada - tendo cada uma a responsabilidade de executar as tarefas propostas pela comissão organizadora.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Desfile 7 de Setembro



















A escola municipal Henrique Francisco Ramos, localizada em Xinguara no estado do Pará, surpreendeu, mais uma vez, o público que prestigiava o desfile cívico 7 de Setembro. Neste ano a escola levou às ruas o tema: Mulher - semente da história humana.


O tema, escolhido pelos funcionários, procurou retrar a figura feminina em todas as áreas, seja na política, na dança, no cinema ou na história da humanidade. Os direitos conquistados pela mulher ao longo dos anos também foram lembrados, sendo apresentados no último bloco, por meio cartazes.








Lembranças

*Xinguara na visão de IANNA R. RAMOS CHAVES
Lá pelos idos de 1980 saímos de Minas Gerais rumo ao Pará, em busca de uma vida melhor.Depois de alguns dias de viagem chegamos ao “Entroncamento do Xingu”. Aqui depositamos todos os nossos sonhos.

Confesso que fiquei impressionada com a beleza do lugar. Aqui não tinha muitos moradores. Era uma imensidão de verde que encantava meus olhos. Os rios de águas cristalinas refletiam nossas imagens como um espelho. Meu pai construiu no mesmo dia o nosso barraco e demarcou a terra que seria nossa. Era costume do povo naquela época: escolher o pedaço de terra que queria e tomar posse dela. Não era necessário pagar, as terras não tinham donos.

Ainda me lembro como hoje de mamãe lavando louças no rio Xingu e eu e meus irmãos, tomando banho sob os olhos cuidadosos dela. Éramos felizes.
Naquela época aqui não tinha energia elétrica. Papai gostava de sentar perto do fogão à lenha toda noite para contar histórias de contos de fadas para nós. A casa era iluminada com lamparinas feitas por ele mesmo. Eu gostava de ficar horas e horas olhando aquele foguinho que parecia dançar. O vento batia forte e balançava os galhos das mangueiras alegrando o ambiente. Hoje, a televisão substitui as agradáveis reuniões de família e os rios se tornaram poluídos.
Eu me lembro que naquela época as meninas gostavam de brincar de bonecas. Eu mesma tinha muitas, confeccionadas por mamãe (bonecas de pano). Para os meus irmãos papai fazia carrinho com litros de óleo e colocava os pneus de borracha de sandálias havaianas que não usávamos mais.
Era tão bom! Brincavamos nas ruas onde ficam hoje o Banco do Brasil e a Secretária de Educação do município. Tempos idos que não voltam mais.
Com o passar do tempo a cidade foi crescendo e eu vi surgir vários prédios substituindo lindas mangueiras e goiabeiras que perfumavam o ar da cidade. Muitas pessoas vinham de outras regiões atraídas pela madeira e agricultura.

Muito tempo se passou desde quando nós chegamos aqui. Papai construiu outra casa para morarmos, dessa vez era maior e tinha quatro cômodos. O que me chamava mais atenção eram os peixes e as caças que papai pendurava acima do fogão à lenha, para secar com o calor do fogo. Hoje tudo é bem diferente. Papai já não caça mais e hoje temos geladeira para conservar as carnes. Até o nome da cidade mudou. Hoje se chama Xinguara.
Naquele tempo os valores da sociedade eram outros. Eu me recordo que passava muito tempo decorando a tabuada para dar conta da argüição na sala de aula. Os professores eram muito respeitados. Quando eu chegava na escola tinha a sensação de que ali era o meu lugar. Papai sempre falava que eu precisava para ser alguém na vida.
As lembranças dos hábitos do passado me fazem perceber que as pessoas não são mais tão românticas como antes. Hoje, ao passar pelas praças como a “Praça da Bíblia” e “Praça Vitória Régia”, vemos uma turma de jovens se divertindo, mas percebemos que não há mais paixão entre os casais. Engraçado! Ninguém fala mais de ir ao cinema a dois. Onde era o cinema da cidade hoje fica a “Ótica Araguaia”.
As lembranças que eu tenho da minha cidade estão vivas em mim e me dão a oportunidade de comparar a cidade de ontem com a de hoje, porque cresci junto com a de hoje, porque cresci junto com ela. Vi cada árvore ser derrubada para construção de casas, vi barracos sendo derrubados para se fazer grandes construções, mas, apesar dessa evolução Xinguara ainda guarda encanto que atrai milhares de famílias de vários lugares.

Me sinto daqui e não deixar de valorizar o lugar que eu vi nascer e que cresceu junto comigo.
*Aluna da 8ª série "A".